quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Desafios da Matemática no Brasil


            Sabemos que muitas pessoas possuem dificuldades com a matemática e, muitas vezes a evitam em situações cotidianas. Essa cena é comum quando a nota chega à mesa do restaurante e precisa ser dividida. Tem sempre alguém que diz logo "eu não sei fazer conta" e passa adiante a tarefa. "E isso é considerado normal, ninguém acha nada demais. Mas as pessoas teriam vergonha de dizer: Eu não sei ler, né?", diz o matemático Artur Avila, de 38 anos, o único brasileiro ganhador da Medalha Fields, honraria internacional conhecida como "o Nobel da matemática".
O horror à matemática é um traço cultural significativo no Brasil. Na avaliação educacional internacional Pisa, o desempenho dos estudantes brasileiros em matemática foi o pior entre as habilidades analisadas - também são medidos o conhecimento em ciências e a capacidade de leitura). Na última edição, em 2015, a nota do país em matemática foi 377, menor do que na edição anterior, em 2012, quando chegou a 389. No ranking mundial dessa disciplina a partir da Pisa 2015, o Brasil ficou em 66º lugar. O curioso é que este mesmo País abrigue o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) - centro de excelência no ensino da matéria comparável a universidades como Stanford, MIT e Harvard.
O intuito é mostrar como a matemática faz parte do cotidiano das pessoas.
Um exemplo é o setor petrolífero. Companhias como a Petrobras furam poços em grande profundidade. Essa atividade envolve uma série de riscos, desde a fixação dos instrumentos que fazem o poço até o ato de extrair o petróleo de modo a evitar vazamentos e acidentes ambientais. "Em todas essas etapas a matemática está envolvida. Isso exige a resolução de equações muito complicadas. Matemáticos desenvolvem maneiras de simular essas ações no computador", explica Roberto Imbuzeiro, professor e pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).
Os cálculos e equações também são a base para os computadores e todas as atividades feitas de maneira informatizada. A coleta e o processamento de dados em larga escala, chamados de megadados (Big Data), e o uso de algoritmos e de inteligência artificial também envolvem modelos matemáticos complexos que definem as informações que serão consideradas e a correlação entre elas. E esses recursos vão além apenas da área de tecnologias da informação e estão se espalhando cada vez mais por setores da economia.
Especificamente na economia, as operações financeiras igualmente dependem de modelos e equações. Quando uma pessoa pede um empréstimo, boa parte das instituições financeiras usa cálculos sofisticados para a chamada análise de risco. O mesmo vale para a compra de ações nas bolsas de valores.
Sendo assim, mostrando para as pessoas a importância da matemática sua vivência de forma individual e para o nosso país, pode se tornar um incentivo para que a mesma possua interesse em aprender tal disciplina.

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