Sabemos que muitas pessoas possuem dificuldades com a matemática e, muitas vezes a evitam em situações cotidianas. Essa cena é comum quando a nota chega à mesa do restaurante e precisa ser dividida. Tem sempre alguém que diz logo "eu não sei fazer conta" e passa adiante a tarefa. "E isso é considerado normal, ninguém acha nada demais. Mas as pessoas teriam vergonha de dizer: Eu não sei ler, né?", diz o matemático Artur Avila, de 38 anos, o único brasileiro ganhador da Medalha Fields, honraria internacional conhecida como "o Nobel da matemática".
O horror à matemática é um traço cultural
significativo no Brasil. Na avaliação
educacional internacional Pisa, o desempenho dos estudantes brasileiros em
matemática foi o pior entre as habilidades analisadas - também são medidos o
conhecimento em ciências e a capacidade de leitura). Na última edição, em 2015,
a nota do país em matemática foi 377, menor do que na edição anterior, em 2012,
quando chegou a 389. No ranking mundial dessa disciplina a partir da Pisa 2015,
o Brasil ficou em 66º lugar. O curioso é que este mesmo País
abrigue o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) - centro de excelência
no ensino da matéria comparável a universidades como Stanford, MIT e Harvard.
O intuito é mostrar como a matemática
faz parte do cotidiano das pessoas.
Um exemplo é o setor petrolífero.
Companhias como a Petrobras furam poços em grande profundidade. Essa atividade
envolve uma série de riscos, desde a fixação dos instrumentos que fazem o poço
até o ato de extrair o petróleo de modo a evitar vazamentos e acidentes
ambientais. "Em todas essas etapas a matemática está envolvida. Isso exige
a resolução de equações muito complicadas. Matemáticos desenvolvem maneiras de
simular essas ações no computador", explica Roberto Imbuzeiro, professor e
pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa).
Os cálculos e equações também são a
base para os computadores e todas as atividades feitas de maneira informatizada.
A coleta e o processamento de dados em larga escala, chamados de megadados (Big
Data), e o uso de algoritmos e de inteligência artificial também envolvem modelos matemáticos
complexos que definem as informações que serão consideradas e a correlação
entre elas. E esses recursos vão além apenas da área de tecnologias da
informação e estão se espalhando cada vez mais por setores da economia.
Especificamente na economia, as
operações financeiras igualmente dependem de modelos e equações. Quando uma
pessoa pede um empréstimo, boa parte das instituições financeiras usa cálculos
sofisticados para a chamada análise de risco. O mesmo vale para a compra de
ações nas bolsas de valores.
Sendo
assim, mostrando para as pessoas a importância da matemática sua vivência de
forma individual e para o nosso país, pode se tornar um incentivo para que a
mesma possua interesse em aprender tal disciplina.
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