quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Elas transgrediram o machismo e fizeram a ciência avançar

Florence Nightingale foi estatística? Marie Curie esteve em um fronte de batalha em plena Primeira Guerra Mundial para fazer radiografias de soldados feridos? A resposta é sim para essas duas perguntas.
Muitos desses detalhes impressionantes e pouco conhecidos fazem parte de uma exposição sobre a vida de 32 mulheres que deram contribuições importantes à física, química, astronomia, matemática, computação e medicina do século 17 ao 20. Algumas das mulheres são famosas; muitas outras não. Nove chegaram a ganhar prêmios Nobel.
A exposição celebra as realizações delas e deixa claro que todas se mostram ainda mais extraordinárias se considerarmos os preconceitos profundamente arraigados que tiveram de superar. Muitas tiveram pais que achavam impróprio ou inútil educar meninas, passaram por universidades e associações profissionais que não admitiam mulheres ou tiveram de lidar com empregadores que não as contratavam ou que não pagavam um salário justo.
No entanto, elas encontraram também orientadores e apoiadores que lhes abriram as portas e lhes deram crédito quando buscavam a afirmação num mundo que era ainda mais machista do que o atual.
A exposição levou cerca de três anos para ficar pronta, fruto do trabalho de três estudiosos da história da ciência que colecionam livros, manuscritos e objetos de pesquisa: Ronald K. Smeltzer, um engenheiro elétrico aposentado; Paulette Rose, uma negociante de livros raros; e Robert J. Ruben, professor da Faculdade de Medicina Albert Einstein.

Muitos dos itens em exposição vêm de coleções pessoais dessas mulheres, embora alguns tenham sido emprestados de bibliotecas e museus. Esboços biográficos bem redigidos, publicados no catálogo da exposição, descrevem o trabalho científico das mulheres, associando-o ao contexto de sua vida pessoal e à época em que viviam.


Na área da matemática, a russa Sophie Kowalevski foi a primeira mulher a ser nomeada para a Academia de Ciências da Rússia e a terceira a conseguir um cargo acadêmico, como professora da Universidade de Estocolmo. Sophie se distingue através de suas contribuições para a teoria das Equações Diferenciais.
Filha de um oficial de artilharia de origem polaca. Casada com Vladimir Kovalevsky, mudou-se para Heidelberg, na Alemanha, onde o marido que era paleontólogo tinha conseguido uma posição acadêmica. Sophie tentou ingressar no curso de matemática da universidade local, que não aceitava senhoras como alunas, mas permitiu que assistisse informalmente às aulas. Em Berlim, os seus estudos continuaram enquanto aluna particular do conceituado matemático Karl Weierstrass. 
Posteriormente, em Kovalevskaja, publicou três estudos inéditos sobre equações diferenciais, nomeadamente relativos às dinâmicas dos anéis de Saturno, que lhe permitiram obter o grau de doutora pela Universidade de Göttingen. De regresso à Rússia, tornou-se editora da seção de ciências de um jornal de São Petersburgo, onde escrevia novelas literárias. Entretanto, a sua família estava em sérios problemas financeiros que acabaram por causar o suicídio do marido. Após cinco anos de afastamento, Kowalevski regressa à matemática, na Academia de Ciências local e dois anos depois é convidada para lecionar na Universidade de Estocolmo.
  
A exposição “Mulheres Extraordinárias em Ciência e Medicina” foi feita desde outubro no Clube Grolier, em Nova York. Há diversos registros das cientistas: de fotos até teses de doutorado.

Fontes: http://www.otempo.com.br/interessa/sa%C3%BAde-e-ci%C3%AAncia/elas-transgrediram-o-machismo-e-fizeram-a-ci%C3%AAncia-avan%C3%A7ar-1.749489
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sofia_Kovalevskaya

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