segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Aplicativos de matemática são testados com crianças

Seis desenvolvedores de software e designers da WGBH, o canal público de televisão de Boston, tinham ido até a sala de aula de Elias, 4, na creche Little Sprouts, em Lawrence, trazendo uma série de iPads em capas de borracha.
A missão do grupo era testar protótipos de aplicativos de matemática que estão em funcionamento há meses e aprender com alunos como Elias. Será que ele entenderia como jogar os jogos? Será que ele gostaria deles? Será que ele aprenderia alguma coisa?
Nos seis anos desde o lançamento de tela tátil do iPhone, o número de aplicativos educacionais aumentou exponencialmente, apesar das advertências de alguns educadores quanto às crianças passarem muito tempo com dispositivos e muito pouco tempo explorando o mundo físico. A loja do iTunes oferece mais de 95 mil aplicativos educacionais, muitos deles gratuitos.
Os desenvolvedores da WGBH que estiveram na sala de aula de Elias fazem parte de um projeto chamado Next Generation Preschool Math (Matemática Pré-Escolar da Próxima Geração), financiado por uma bolsa de US$ 3 milhões, com duração de quatro anos, da Fundação Nacional de Ciência. O projeto, conhecido como NextGen, tem como objetivo desenvolver e avaliar aplicativos, manuais para professores e ferramentas para o monitoramento do progresso de crianças no que diz respeito a desfrutarem da matemática e se destacarem nas atividades ligadas a ela.
Quase não existem pesquisas científicas sobre o valor educativo dos aplicativos. O projeto NextGen está tentando mudar isso, através de um processo meticuloso que inclui não apenas o desenvolvimento de softwares, mas também de testes, coleta de dados, observações da dinâmica de salas de aula, entrevistas com professores, avaliações de aprendizagem das crianças e comparações controladas.A equipe do projeto já está aprendendo muito sobre os desafios da criação de aplicativos que são divertidos, fáceis de ser usados por mãos tão pequenas e capazes de fornecer provas de que as crianças estão realmente aprendendo alguma coisa.
No ano passado, a Associação Nacional de Educação Infantil publicou um balanço sobre a utilização de dispositivos tecnológicos entre crianças pequenas. O documento reiterou que a tecnologia interativa tem um lugar na educação, mas acrescentou um detalhe: “Com orientação, essas várias ferramentas de tecnologia podem beneficiar a aprendizagem e o desenvolvimento. Sem orientação, o uso pode atrapalhar a aprendizagem e o desenvolvimento”. 

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