domingo, 3 de abril de 2011

Matemática explica gol maravilha de Roberto Carlos

Matemática sem limites’ é o nome do ciclo aberto de palestras dirigidas ao grande público que o Departamento de Matemática da FCUL (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) organiza até 26 de Maio, todas as quintas-feiras às 18h30. O objectivo principal é mostrar de uma forma apelativa mas sem prescindir de um certo rigor como a matemática é uma disciplina ‘sem limites’, abrangendo muitas áreas diferentes da ciência e da cultura, providenciando assim uma compreensão mais profunda do mundo que nos rodeia. As palestras são proferidas por matemáticos portugueses reconhecidos pela sua capacidade de encontrar temas muito motivadores e de os abordar de uma forma clara e apelativa, mantendo sempre um conteúdo matemático elevado, embora nem sempre evidente.
A conferência ministrada pelo professor Eduardo Marques de Sá no dia 03 de abril, teve como título ‘Euler, Roberto Carlos e o gol-maravilha’.
Seguem trechos da reportagem sobre a palestra.
O gol marcado pelo brasileiro Roberto Carlos num jogo contra França, em 1997, é considerado uma das maravilhas do futebol.

A bola curvou de uma forma que deixou o goleiro Fabian Barthez estático.
O que para muitos foi considerado um golpe de sorte, tem uma explicação matemática e quem o afirmou foi o professor Eduardo Marques de Sá.
O gol maravilha de Roberto Carlos “tem três protagonistas: o Roberto Carlos, a bola e o ar”. A característica deste gol inclui “uma bola que curva e no final da sua trajectória tem um aumento de curvatura”. Para Eduardo Marques de Sá, “este fenómeno de uma bola que é disparada em linha recta e que depois começa a encurvar e consegue fintar o guarda-redes é muito interessante”.
“O que Teorema de Bernoulli e o Efeito de Magnus nos dizem é acerca da relação entre a velocidade de um fluído e a pressão no interior desse fluído”. O Efeito de Magnus “é uma manifestação do Teorema de Bernoulli numa forma mais sofisticada que lhe foi dada por Leonhard Euler e os seus seguidores”.

Assim, se imaginarmos a bola de futebol chutada em direcção à baliza, o ar passa por ela e enquanto se move arrasta consigo um pouco de ar ao girar. Quando a bola e o ar se movimentam na mesma direcção a velocidade é maior, portanto a pressão é menor. Quando o ar se move contrário à bola a velocidade é menor, portanto a pressão é maior. Isso faz com que a bola desvie seu caminho normal, produzindo então o Efeito Magnus, conseguido por Roberto Carlos no seu golo maravilha. “Esta é a justificação de carácter matemático deste tipo de fenómeno”, afirmou o professor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário